Liliu me emprestou um livro chamado "The Diving-Bell and The Butterfly", uma auto-biografia escrita por Jean-Dominique Bauby, um homem de 43 anos preso em seu próprio corpo após um derrame. Sua mente está intacta, mas o corpo paralizado. A única janela de comunicação com o mundo é seu olho esquerdo, que pisca para indicar algo. Dessa forma ele dita para um escrivão esse livro curto e tão tocante.
O que mais me emocionou do livro todo é a passagem sobre cartas de amigos. Em Paris, onde ele morava, corre o boato que ele está em estado vegetativo. Através de cartas aos amigos ele consegue provar que continua homo sapiens e não um vegetal. Aos fofoqueiros ele se refere como abutres.
I receive remarkable letters. They are opened for me, unfolded and spread out before my eyes, in a daily ritual that gives arrival to the post the character of a hushed and holy ceremony. I carefully read each letter myself. Some of them are serious in tone, discussing the meaning of life, invoking the supremacy of the soul, the mystery of every existence. And by a curious reversal, the people who focus most closely on these fundamental questions tend to be people I had known only superficially. Their small talk had masked hidden depths. Had I been blind and deaf, or does it take the glare of disaster to show a person's true nature?
Other letters simply relate the small events that punctuate the passage of time: roses picked at dusk, the laziness of a rainy Sunday, a child crying himself to sleep. Capturing the moment, these small slices of life, these small gusts of happiness, move me more deeply than all the rest. A couple of lines or eight pages, a Middle Eastern stamp or a suburban postmark... I hoard all these letters like treasure. One day I hope to fasten them end to end in a half-mile streamer, to float in the wind like a banner raised to the glory of friendship.
It will keep the vultures at bay.
Nunca li coisa mais linda e mais verdadeira. Amigos do peito, como eu tenho, são realmente o melhor remédio contra os abutres. E como não dá pra amarrar todo email, vídeo, e comentário de blog num estandarte hasteado em glória à amizade, eu guardo todos no meu coração.
Quando a gente achar que a vida tá uma m.., basta ler esse livrinho.
Posted by: liliu | 27/01/2010 at 05:29 PM
Veja o filme tambem. Me emocionei p caramba quando assistir ano passado. Bj
Posted by: Thais | 29/01/2010 at 04:25 PM
Sério? Me disseram que o filme não tem muito a ver com o livro. Mas vou dar uma olhada sim. Tem no Netflix?
Posted by: Geu | 29/01/2010 at 04:33 PM