Já que sexta-feira santa não é feriado, comemoro a minha baianidade no domingo de Páscoa com toda a comida baiana que tenho abilidade de preparar. Nos últimos 10 anos, isto se limitou à uma moqueca de camarão acompanhada de farofa de manteiga.
Mas esse ano eu assisti o making of do "vatapá da Geru" e me inspirei. Vou dizer que preparar esse almoço foi um ato de fé. O vídeo que minha mãe gravou de Gerusa fazendo o vatapá é mais ou menos assim:
Quanto de castanha?
Esse tanto.
E de amendoim?
O mesmo tanto.
E camarão seco?
Essa vasilha toda, mas tem que tirar os olhos senão escurece o vatapá.
...
E coloca o dendê no final.
Se ligou? "Tanto" não é um medida de fácil equivalência a "gramas" e "no final" não é exatamente "depois de ficar 30 minutos no fogo baixo". Mas eu tenho anos de experiência de COMER vatapá então fui colocando tudo na panela e mexendo, mexendo, mexendo.
Só lembrei de Popó dizendo que se você mexer pra um lado tem que continuar virando pro mesmo lado senão o prato desanda. Aviso aos navegantes: o ponto do vatapá, que é quando o bicho solta da panela, só acontece depois de 40 MINUTOS VIRANDO A PORRA NA PANELA. Assim declaro que o ingrediente mais importante desta iguaria baiana é braço. Amanhã não sei como vou me vestir pra ir pro trabalho. Como diz a canção, todo mundo gosta de abará vatapá, mas ninguém quer saber o trabalho que dá.
Pois bem. Fiquei tão inspirada com essa coisa de fazer o prato sem receita que resolvi fazer sobremesa também. Sequilho amanteigado de acordo com minha lembrança de garota de 12 anos, ajudando Liliu que estava de visita da faculdade. Uma parte manteiga, uma parte açúcar, uma parte farinha de trigo sem fermento. Quanto tempo no forno? Sei não. Coloquei o forno em temperatura baixa e fiquei observando...
Mas não é que deu tudo certo? Bibi até resolveu colocar uns pedacinhos de goiabada cascão!
Agora que já comi, já bebi e já lavei os pratos, vou aqui tirar minha soneca. Exercer minha baianidade 100%, sabe como é?
ahaha Adorei! Geu! Beijo!!!
Posted by: Milena Serva | 05/04/2010 at 08:46 AM
Parabéns pelo esforço.
Aqui, exercendo nossa soteropolitaneidade, o esforço foi de esquentar o vatapá, o caruru e o badejo. A farofinha de dendê também já estava pronta, a cerveja bem geladinha. Desceu tudo sem nenhum esforço!
Posted by: yse | 05/04/2010 at 10:21 AM
Poxa, Sis, eu fiz e mandei a receita, após uma looooooonga entrevista com Geru, parte complementar ao video. Veja seu mail. A receita tá lá, com direito a variações como puxar o vatapá no camarão!!!! De qq modo, cozinha é isso mesmo. Um exercicio de chute.
Posted by: Liliu | 10/04/2010 at 05:46 AM