A viagem pra Kyoto foi rapidinha - pegar o trem bala em Tokyo manhã cedinho, chegar cedo no hotel, largar as malas e curtir a cidade. No dia seguinte, o trem de volta pra Tokyo saía 3 da tarde. Se eu soubesse a energia maravilhosa dessa cidade, teria planejado ficar mais tempo.
Quem tem fé vai à pé, então fomos caminhando do hotel pra o Higashi Hongan-ji. Foi passar pelos portões enormes de madeira, completamente decorados com metal, e achei que estava voltando no tempo. Dentro da área do templo, vendo aquele espaço gigante com uma árvore e uma fonte no meio rodeados de prédios lindos, e foi impossível não perceber a semelhança com a área interna de um convento. Aquele vão todo que vai acalmando a alma.
Pra subir a escadaria de qualquer um dos prédios a gente tem que sentar pra tirar os sapatos. Você nem entrou no templo em si, e os rituais já são necessários. Segundo o guia, esse prédio é uma das maiores estruturas de madeira do mundo. É impressionante passear pela varanda larga antes de entrar na área de tatames. A gente deu sorte de pegar uma "missa" em andamento, com os monges cantando e os crentes sentados em cima no joelho, observando os rituais.
De lá continuamos a peregrinação até o Nishi Hongan-ji, outro templo no centro da cidade, construído em 1591. Não tão grande quanto o primeiro, esse templo não deixou de ser interessante. Na saída, encontramos com um grupo de adolescentes dando comida para os pombos e Tânia resolveu participar.
Infelizmente a chuva começou a cair com força e o jeito foi voltar pro hotel pra esperar o tempo melhorar. Parada obrigatória na vendinha pra comprar um dos sushis mais frescos e bem temperados que já comi (de salmão cozido, já que eu não posso comer peixe crú) e passar o resto da tarde descansando e vendo os jogos da copa.
No dia seguinte acordamos cedo pra ir pro Fushimi Inari-taisha, o templo dos portais vermelhos. A trajetória inteira é interessante: de pegar o trem com os adolescentes de farda e as velhinhas, a passear pelo vilarejo com várias lojinhas de artesanato e de comida, até chegar na base do templo.
Assistí com fascinação os rituais budistas, às vezes tão diferentes e às vezes tão iguais. Pessoas puxando o cordão do sino (pra acordar o santo?), depois fazendo reverência às images três vezes, por fim jogando uma moeda na caixinha. O monge cantando o mantra enquanto isso tudo acontencia, com outro monge tocando uma harpa. Isso te deixa num estado contemplativo, perfeito pra subir as escadarias no meio da floresta até desembocar nos portais vermelhos.
Onde quer que você vire tem uma estátua de uma raposa e no verso de cada portal tem um dizer. Não sei o que nada disso significa, mas amei cada minuto.
Recomendo uma visita a Kyoto pra qualquer pessoa que me perguntar. E se você for planejar uma viagem pra lá, me chame. Ainda ficou MUITA coisa por ver!
Foi ótima essa viagem ein tia? ´Dorei as fotos!
Posted by: lua | 09/07/2010 at 08:10 AM
E os cheiros?Como são?Tudo é muito visual,cor,perfeicão de equilíbrio,beleza em harmonia!
Posted by: eda | 11/07/2010 at 06:44 PM