Outro dia eu tô jantando, morrendo de cansada, The Office passando na televisão. Um personagem pede o outro em casamento e eu começo a chorar (prova de que meus hormônios ainda não voltaram ao normal):
Ele: Tá tudo bem aí?
Eu: Bibi, me pede em casamento?
Ele: Hã?
Eu: Me pede em casamento.
Ele: A gente já é casado.
Eu: Mas você nunca me pediu em casamento.
Ele: Então? Eficiência...
Eu (com mais lágrimas ainda): É sério. Você tinha que ter pedido a meu pai.
Ele (cara de não tô entendendo)
Eu: Eu sei, meu pai era morto. Mas você tinha que ter pedido a minha mãe. Eu que falei com minha mãe.
Ele (cara de quem foi que deixou a TV nesse canal?)
Eu: Poxa, Bisou. Nem a seus pais você avisou.
Ele: A gente falou com meus pais. Naquele almoço.
Eu: Exatamente. "A gente". Mais conhecido como "minha mãe". Bisou, foi minha mãe que contou pra seus pais que a gente ia se casar. Não foi você...
... ou melhor dizendo "o mês que Tiago achou sua voz, suas mãos e seus pés."
No começo de maio a gente passou o berço pro quartinho dele e ele está se comportando ilustremente. Tá dormindo sozinho (sem precisar ninar), e acorda de manhã conversando com o móbile (em vez de chorando). Passa o dia brincando com os chocalhos e vai dormir agarrado com o sapo cururu.
Tudo que passa pela frente dele ele quer pegar, incluindo meu cabelo e os óculos de Bibi. Finalmente ele e Gilberto se reconheceram. Gilberto acha que ele agora é uma coisa interessante, com potencial de fazer denguinho, e mais de uma vez eu surpreendi meu gato (que é 40% mais pesado que meu filho) dando uma cabeçada na mão de Tiago pra ver se rola um carinho. Tiago, em contrapartida, devolve agarrando os pelos do pescoço do gato. Isso vai acabar com os dois sendo melhores amigos, ou alguém vai sair chorando...
No mais, Tiago tá se amarrando em Maria Helena, a babá nova. Ela canta a versão politicamente correta de Atirei o Pau no Gato, o que deve ajudar no relacionamento com Gilberto.
Quando a gente coloca ele na almofada, ele faz uns exercícios "pescoçais", indicando que em breve ele vai estar sentando sozinho. E só quer saber de esticar as pernas pra ficar em pé. Colocar e tirar ele do carrinho às vezes lembra aquele desenho animado de tentar colocar o gato pra tomar banho na pia. Ele se espicha todo e não tem quem faça ele entrar no carrinho.
Quando eu vejo o progresso desse menino me vem um sorriso no rosto. Mas tem um pedacinho de mim que morre de saudade do bebezinho pequenininho que ele era. Finalmente eu sei porque é que toda mãe vê o filho como se fosse uma criancinha, mesmo quando o filho já passou dos 30.
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